quarta-feira, 16 de abril de 2008

Frio, café com leite e bolinhas

O quati que dormiu nas minhas costas o dia todo deu e não deu nos nervos. Deu, porque estar em stand by é um tanto quanto triste. E não deu porque é resultado dessa chuva mansinha que provoca uma sensação gostosa de aconchego aqui dentro.

Em suma, tá ficando frio e estar no frio (frio não provocado por condicionadores de ar artificiais) é sensacional. Mesmo que, na ocasião, todo subsídio disponível para se proteger do frio seja um croc, um copo de café com leite de quinta categoria e um casaco meia malha de bolinhas azuis, pretas e amarelas.

O frio é sensa, é sim. É sensa porque quando a gente sente frio, quase nunca se lembra de como é sentir calor. Quem aí se lembra do desconforto pleno de um bafo quente rodeando o ambiente em espirais? Nem de longe. O frio pode ter seus infortúnios, mas é o calor que sabe ser uma verdadeira tortura. Não à toa que o inferno é comumente associado a labaredas e cores quentes.

O diabo gosta, porque suar é um ato tão indigno que beira a essência do grotesco. Suar na bunda é grotesco, mesmo se não fosse na “bunda”. Pode ser em qualquer outra parte do corpo menos engraçadinha: suar na testa, nas costas, no sovaco, atrás do joelho. Prefiro mil vezes me molhar nessa chuva fininha e ficar com atchins catarrentos pelo resto da semana. Prefiro mesmo.

Só não gosto de pensar que o frio vai passear *sozinho* pelo corredor esse ano. A gente desacostuma ao hábito de caminhar com as próprias pernas, sem segurar na mão de outra pessoa, né não? Nah, pára tudo. Existem luvas, existem luvas... e copos de plástico com café com leite de quinta categoria para esquentar as mãos. Logo, não há razão para preocupações.

Vivas ao tempo frio avulso, pois não há certeza alguma sobre a chegada de uma frente fria austral. É só o frio muito frio que preocupa, porque há quem fique doente e até morra por causa do frio muito frio. Vale lembrar que é pra isso que existem os abraços. Pra não, nunca, deixar ninguém passar por um frio muito frio. Então, fico eu aqui abraçada internamente ao meu casaco de bolinhas, bem feliz da vida. Juro! :)

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