terça-feira, 29 de abril de 2008


O amor só vive pelo sofrimento e cessa com a felicidade; porque o amor feliz é a perfeição dos mais belos sonhos, e tudo que é perfeito, ou aperfeiçoado, toca o seu fim
. (Camilo Castelo Branco)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Eu e minha caneca


Desde o período paleozóico da minha existência, sou fissurado por uma boa xícara de café. Acredito na teoria disseminada pelo jogo “The Sims”, que um tanto de café dá uma certa energia em nosso esgotado organismo. No meu trabalho, temos duas oportunidades diárias para tomar o cafezinho sagrado e, via de regra, sempre marco presença na cozinha. Sempre fiquei agoniado em tomar café naqueles copinhos, pois altera um pouco o sabor. Ainda por cima, diz a boca pequena, o plástico após ser aquecido pelo líquido libera substâncias que provocam câncer.

Certo dia, uma intervenção divina fez um representante de medicamentos me dar uma caneca e realizou meu nobre desejo de ter meu próprio receptáculo de cafeína. Mas essa caneca me fez refletir que, apesar de ela ser importante pra mim apenas duas vezes por dia e ficar o resto do dia sem qualquer ocupação, ela realiza sua missão na terra de uma forma eficiente.

Fico pensando que era isso que realmente importa na vida: a gente entender que nossa existência é importante para alguém e saber valorizar isso. Por isso, hoje eu queria ser uma caneca de café e ser essencial para alguém pelo menos duas vezes ao dia.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O mundo dá voltas

Um velhinho bem bacana um dia me explicou porque vira e mexe a gente reencontra pessoas de um passado longuínquo. "É porque o mundo é redondo", me esclareceu o seu Fritz (prefiro chamá-lo assim pq só sei q o sobrenome dele é Züge).

Ou seja: a gente anda anda e, por conta da redondeza do mundo, de tempos em tempos, acaba que acontecem os trumbincamentos. Gosto dessa teoria do seu Fritz. Mas neste instante ela não me remete a encontros/desencontros, nem ao filme da Sophia Coppola. Divago sobre a teoria do mundo redondo pq estou numa neura pra ir embora.

Pela numerologia, reza a lenda que 2008 é o ano do recomeço (2+0+0+8=10=>1+0=1). Ando irriquieta com esse tal de recomeço. Se as coisas devem sempre começar pelo começo, por onde se começam as coisas do recomeço?

Venho a crer que deve ser meio longe daqui. O daqui se refere ao ponto em que me encontro neste mundo redondo. Algo a ver com o lance do espaçum-momentum que o Doc Brown saberia explicar com um toco de giz pro Marty Mcfly. Há épocas em que a gente se empolga por trivialidades e épocas em que a gente quer ser mártir, estufar o peito e sair dando round house kicks por aí. Eu tô no limbo, eu acho. Bem lá, no Lost, onde foi parar o padre dos balões.

Por um tempo, queria poder funcionar no modo operacional "abstrair", algo como tirar férias de mim mesma. Mas acho que rola mais fácil eu dar uma bandinha pelo mundo redondo, enfrentar uns terremotos.Até porque uma hora a gente volta se reencontrar, né não? Ninguém me tira que o seu Fritz sabe das coisas.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Hey Ho, Let´s Go

Todos os pensamentos que tento organizar nesse exato momento estão sempre ligados a uma única pessoa: EU. Egoísmo à parte, a minha felicidade é somente interesse meu e de mais ninguém. Sou uma pessoa melhor quando estou feliz, mas o que tenho que esperar pra ser feliz? Aceitar a subjetividade dos subterfúgios para fugir da minha insegurança e ficar procurando o amor, como um porco procura trufa?

Acho que não. Vou aceitar que amo alguém que move meu mundo de uma maneira furiosa e poética. Já aprendi a conviver com sua ausência. A solidão é minha companheira e com ela consigo ver mais vida a cada momento em que vivo. Estou aprendendo a enxergar o valor de poder viajar em silêncio com meus pensamentos e viver um momento de planejamentos individualistas.

Ainda quero casar e ter filhos, mas se for pra ser o velho ancião da minha aldeia, vou aceitar com muita felicidade... Pois se a felicidade não move o mundo, pelo menos deixa ele um pouco melhor...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Frio, café com leite e bolinhas

O quati que dormiu nas minhas costas o dia todo deu e não deu nos nervos. Deu, porque estar em stand by é um tanto quanto triste. E não deu porque é resultado dessa chuva mansinha que provoca uma sensação gostosa de aconchego aqui dentro.

Em suma, tá ficando frio e estar no frio (frio não provocado por condicionadores de ar artificiais) é sensacional. Mesmo que, na ocasião, todo subsídio disponível para se proteger do frio seja um croc, um copo de café com leite de quinta categoria e um casaco meia malha de bolinhas azuis, pretas e amarelas.

O frio é sensa, é sim. É sensa porque quando a gente sente frio, quase nunca se lembra de como é sentir calor. Quem aí se lembra do desconforto pleno de um bafo quente rodeando o ambiente em espirais? Nem de longe. O frio pode ter seus infortúnios, mas é o calor que sabe ser uma verdadeira tortura. Não à toa que o inferno é comumente associado a labaredas e cores quentes.

O diabo gosta, porque suar é um ato tão indigno que beira a essência do grotesco. Suar na bunda é grotesco, mesmo se não fosse na “bunda”. Pode ser em qualquer outra parte do corpo menos engraçadinha: suar na testa, nas costas, no sovaco, atrás do joelho. Prefiro mil vezes me molhar nessa chuva fininha e ficar com atchins catarrentos pelo resto da semana. Prefiro mesmo.

Só não gosto de pensar que o frio vai passear *sozinho* pelo corredor esse ano. A gente desacostuma ao hábito de caminhar com as próprias pernas, sem segurar na mão de outra pessoa, né não? Nah, pára tudo. Existem luvas, existem luvas... e copos de plástico com café com leite de quinta categoria para esquentar as mãos. Logo, não há razão para preocupações.

Vivas ao tempo frio avulso, pois não há certeza alguma sobre a chegada de uma frente fria austral. É só o frio muito frio que preocupa, porque há quem fique doente e até morra por causa do frio muito frio. Vale lembrar que é pra isso que existem os abraços. Pra não, nunca, deixar ninguém passar por um frio muito frio. Então, fico eu aqui abraçada internamente ao meu casaco de bolinhas, bem feliz da vida. Juro! :)